O "Coração Destruidor"

Capítulo 1: Frases, Aluno revoltado, conselho estudantil.

 

“Quando de repente você imaginar que está tendo um dia normal, não pense que irá ocorrer tudo normalmente”, essa era a frase do dia. O que isso quer dizer? Que algo extremamente estranho pode acontecer a qualquer momento. Minha irmã mais velha, Kirie, era fascinada nessas coisas de frases do dia e vivia enchendo o saco, hoje era mais um dia como todos os outros que dizia sobre as frases e no final um “Tome cuidado com os estranhos”. Até parece que um dia, num mundo desses, vá acontecer algo explosivo, tirando os assaltos e sequestros que vive ocorrendo consequentemente.

Os alunos do colégio estavam todos agitados, principalmente as garotas, dizendo que teria um novo aluno em alguma sala era um dos assuntos mais falados. 

-Amanohana-San... Certo? O Diretor está te chamando, é bom ir logo antes que ele fique nervoso. –Disse uma aluna sorrindo.

-Hã? O Diretor? Hum... Estou indo. –Falei dando uma volta pelo corredor.

O que o Diretor queria justo nessa hora? As aulas já vão começar... É melhor correr.

-Diretor? –Falei batendo a porta levemente.

-Amanohana-San, como vice-presidente do conselho estudantil, gostaria que a senhorita guiasse este novo aluno. –Disse apontando para o rapaz que estava no canto da sala.

-Ah... S-Sim, senhor! –Falei olhando para o rapaz, o mesmo me encarou friamente.

-Vamos, vamos. A aula de vocês já vai começar! –Disse o Diretor se ajeitando na cadeira. Despedi com uma breve reverencia, chamei o rapaz e saímos da sala.

Pelo caminho de volta não nós falamos uma palavra se quer. Estava sendo odiada de primeira?

-N-Nem vai se apresentar? –Falei abaixando a cabeça por um instante.

-Apresentar por quê? Você devia saber o meu nome, afinal, é a vice-presidente do conselho estudantil, está dando um mau exemplo para os alunos, sabia? –Disse o rapaz ainda me encarando friamente. Qual é desse rapaz?

-Está me confundindo com o Diretor! Não peguei suas fichas ainda! E se começar a falar dessa maneira comigo, não será tão tarde as suas fichas pararem em minhas mãos! –Falei e logo em seguida soltei um longo suspiro. “Ele vai dar trabalho”, pensei.

-Blá, blá, blá... Já terminou, Amanohana? –Disse o rapaz parando de me encarar.

-Afinal, o que eu fiz para você me tratar dessa maneira? Nem nós conhecemos ainda!

-Prefiro nem te conhecer... Ah, eu sei onde fica a minha sala... Então, não preciso mais de você. –Disse o rapaz andando na minha frente. Esse rapaz... Já falei que ia dar trabalho, certo?

-Então por que não falou isso para o diretor? –Falei bufando e pegando caminho diferente, espero não ver ele por uns anos, pelo menos.

Sentei na minha carteira bufando, logo minha melhor amiga, Miya, veio perguntar o que havia acontecido.

-É apenas o Diretor... Pedindo para a “vice-presidente do conselho estudantil”, guiar um rapaz mal-educado e novato. É cada coisa que esse Diretor traz para nós. Deixe o rapaz se virar, oras! –Falei revirando os olhos.

-Calma! Vice-presidente tende a fazer esse tipo de coisa mesmo... Ainda bem que sou apenas uma comunicadora de avisos... –Disse Miya murmurando.

-O que disse? –Falei encarando Miya, a mesma ficou assustada tentando mudar de assunto, quando de repente, o sinal tocou e logo a professora entrou na sala.

-Alunos, quero apresentar o novo aluno, por favor, Natsumezaka-Kun, entre. –Disse a professora fazendo sinal para o aluno entrar. Nessa hora fiquei com a reação: “Ah N-Ã-O”. Quem entrou na sala era realmente “aquele” chato rapaz que recusou a minha guia.

-Natsumezaka Hayato... Prazer. –Disse apenas e logo umas garotas começaram a murmurar.

-Silêncio! Natsumezaka-Kun, sente-se naquela carteira do lado da Amanohana-San. –Disse a professora apontando para a carteira vazia do meu lado.

-Naomi! Veja, veja! Ele não é lindo? –Miya disse em sussurros com os olhos brilhando.

-Miya... É ele. –Falei bufando e Miya fez cara de decepção por um instante.

-Vamos começar a aula. Silêncio todos! –Dizia a professora, estava pouco me ligando para a aula. Estava pensando numa forma de sair dessa sala ou pegar uma arma e matar o Hayato, que para minha alegria, senta bem na carteira maldita do meu lado.

Hayato não tinha nem duas horas no colégio e já estava sendo assunto das garotas. O que ele tem de tão legal? Apenas vejo uma personalidade revoltada e rebelde num rapaz só. Durante as aulas, olhava para o lado e Hayato apenas desenhava. Era de se esperar de uma pessoa dessas.

-Naomi... Mesmo reclamando tanto... No fundo gostou, não é? –Disse Miya sorrindo estranhamente.

-M-Miya! –Falei quase gritando e soltando um suspiro.

O sinal tocou. Hora do intervalo. Hayato pegou seu caderno de desenho e saiu da sala.

-Naomi-San, o presidente do conselho está te chamando. Disse que era urgente. –Disse um aluno fora da sala.

-Primeiro o Diretor... Agora o presidente do conselho... Vou levar bronca na certa. –Falei abaixando a cabeça e Miya colocou as mãos no meu ombro.

-Relaxa, não irão acontecer coisas ruins, tenho certeza!

-Claro... Já aconteceram coisas ruins demais, não acha?

Chega de enrolação. Fui até a sala do conselho estudantil... Sei que é uma sala onde eu mesma fico de vez em quando, mas... Dá arrepios ficar em frente à porta desta sala.

-L-Licença... –Falei entrando na sala.

-NAOMI! –Disse o presidente, ou melhor, Zero, de repente me empurrando contra a parede e segurando nos meus ombros.

-O-O-Oi? –Falei assustada e Zero apenas abaixou a cabeça por um instante.

-Tem noção do erro que cometeu? –Disse Zero me encarando friamente. Esses rapazes tem dom em encarar as pessoas friamente... Pelo amor em.

-E-Eu... E-E-Ele que recusou a minha ajuda! Não posso fazer nada... –Falei virando o rosto.

-Zero, não precisa pegar pesado com a Naomi-San... Solte-a. –Disse Lúpus, o contador do conselho.

-Você também não entende o que a Naomi fez, então fique quieto, garoto dos números detalhados. –Disse Zero bufando e em seguida bateu na minha testa com a sua cabeça. E que cabeça mais dura.

-J-Já expliquei que não foi minha intenção deixar o novato se virar sozinho pelo colégio. –Falei colocando as mãos na minha testa.

-E quem garante isso? –Disse Zero revirando os olhos.

-E quem garante que ela está mentindo? Deixa de ser chato, Zero. –Disse Lúpus me “salvando”.

-Quem está sendo chato aqui é você, Lúpus. –Disse Zero soltando as mãos do meu ombro.

-Caramba, Zero... Enfim... Está bem, Naomi-San? Esse brutamonte não te machucou certo? –Disse Lúpus sorrindo enquanto Zero estava prestes a bater nele.

-S-Sim, estou bem... E-Eu... Posso ir? –Falei olhando o Zero por um instante e voltando o olhar para Lúpus.

-Mas é claro. Nem era necessário vir aqui. –Disse Lúpus sorrindo de lado ao ver a reação do Zero.

-Quero ter uma boa conversa depois, NAOMI e não com você, LÚPUS. –Disse Zero bufando e em seguida cruzou os braços.

Saí da sala e dava para ouvir os gritos do Zero até mesmo fora da sala. De repente, vi o Hayato sentado num dos degraus da escada e rabiscando no seu caderno de desenhos.

-Você ama desenhar a ponto de não assistir as aulas é? Que bonito... –Falei indo em direção a Hayato, o mesmo se assustou quando ouviu a minha voz.

-V-Você me viu desenhando na sala? –Disse Hayato em desespero.

-Mas é claro. Você senta do meu lado, esqueceu? –Falei revirando os olhos e Hayato soltou uma curta risada.

-Esqueci sim, você é invisível. –Disse Hayato levantando-se do degrau e pegando seu caderno de desenho. De repente, alguma coisa caiu do seu caderno.

-Ei, isso ca... HÃ? –Falei assustada ao ver o que havia caído. Era uma espécie de... Bicho?

-I-I-Isso... É... –Hayato dizia logo pegando o tal bicho e enfiando de volta no caderno.

-Coleciona bichos? Eca... –Falei fazendo cara de nojo e Hayato apenas sorriu.

-Digamos que é isso mesmo. Acredite como você quiser, mas não comente isso com ninguém. –Disse Hayato e em seguida foi andando pelo corredor. Mas... O que era aquilo afinal?

O sinal tocou. Fim do intervalo. Tenho que voltar para a sala.

Mais algumas horas dessa aula chata e poderei voltar finalmente para casa!